SÍNDROME DE HUTCHINSON-GILFORD
(PROGERIA)
Definição
A
Síndrome de Hutchinson-Gilford é considerada uma doença genética rara e não
hereditária que acelera o envelhecimento das células do corpo, isto é, o bebê e
as crianças tem um envelhecimento precoce. O envelhecimento prematuro ocorre
até sete vezes mais rápido do que o normal. O recém-nascido nasce normal,
geralmente a síndrome é detectada no final do primeiro ano de vida, quando o
bebê começa a
apresentar os primeiros sinais físicos e
sintomas do envelhecimento precoce.
A
doença é considerada uma síndrome sistêmica porque são afetadas várias partes
do corpo da criança. A síndrome não afeta a inteligência, memória e nem a
capacidade de aprendizagem. Infelizmente o portador da síndrome fica ciente de
todas as manifestações físicas e clínicas que a doença provoca no seu corpo. A
doença não tem cura.
Sinonímia
A Síndrome de
Hutchinson-Gilford também é conhecida pelos seguintes nomes:
·
Envelhecimento precoce.
·
Progeria.
Histórico
Em 1886, o médico Hutchinson descreveu a doença pela primeira vez, sendo
ratificada por Gilford, em 1904. Por esse motivo a
doença tem o nome de Síndrome de Hutchinson-Gilford.
Etiologia
A Síndrome de
Hutchinson-Gilford é considerada um distúrbio genético. Estudos indicam que a doença é causada por
mutação de um gene LMNA, que modifica a Lâmina A, a qual provoca uma produção
de uma proteína chamada “progerina”. A doença não é hereditária. É considerada um acidente genético que ocorre nas próprias
células do paciente, que faz com que as suas células envelheçam e morram mais
rápido do que uma pessoa sem o gene.
Incidência
·
A doença é muito rara.
·
Poucos casos são relatados no mundo.
Atualmente existem cerca de 400 casos diagnosticados no mundo.
Sinais e
sintomas
Devido ao envelhecimento
precoce a criança pode apresentar as seguintes manifestações físicas e
clínicas:
Período prodrômico
(primeiros sinais da doença, geralmente aos 4 meses de vida)
·
Crescimento reduzido;
·
Perda de peso;
·
Primeiros sinais de alopecia (queda de
cabelos);
·
Enrugamento da pele;
·
alteração da
coloração da pele na região abdominal;
·
aparecimento de
placas esclerodermiformes no abdome e tórax;
Manifestações
que podem ocorrer após os nove meses de vida:
·
a
pele se apresenta mais fina e enrugada;
·
a
audição é comprometida.
·
micrognatia
(mandíbula é menor do que o normal);
·
lábios
finos;
·
dentição
anormal e lenta;
·
voz rouca
e fraca;
·
embranquecimento dos
cabelos;
·
alopecia
universal nos primeiros anos de vida, geralmente até os 3 anos de idade;
·
veias
cranianas proeminentes do couro cabeludo e no rosto;
·
face
estreita;
·
redução dos
cílios;
·
olhos
proeminentes;
·
ausência de
sobrancelhas;
·
dificuldade
para fechar as pálpebras;
·
clavículas
curtas;
·
tórax em
pera;
·
membros superiores
curtos;
·
pernas
arqueadas (coxa valga – deformação dos quadris em que
o ângulo entre o colo femural e sua diáfise é
aumentado);
·
unhas dos
pés finas;
·
estatura
baixa;
·
redução do
tecido adiposo;
·
aparecimento de
osteoporose e artrose;
·
aparecimento de
aterosclerose em crianças maiores;
·
maturação
sexual incompleta;
·
a
síndrome causa distúrbios endócrinos e
cardíacos;
·
as
articulações com o tempo vão ficando mais rígidas;
·
envelhecimento
prematuro.
Obs:
Apesar de todas as manifestações físicas e clínicas a síndrome não interfere no
desenvolvimento intelectual e motor da criança.
Diagnóstico
·
Exame clínico.
·
Exame físico.
·
Exames laboratoriais.
·
Exames de imagem.
·
Testes genéticos.
Diagnóstico
diferencial
O diagnóstico diferencial deve ser feito para que a Síndrome de Hutchinson-Gilford não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico, laboratoriais e estudos radiológicos o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças que podem ser confundidas com a Síndrome de Hutchinson-Gilford são as seguintes:
·
Acrogeria.
·
Pangeria.
·
Síndrome Bloom.
Tratamento
Médico especialista: Neuropediatra. Dependendo dos sinais e sintomas
da doença, outros profissionais podem ser necessários para o tratamento.
Objetivo: Tratar as complicações e proporcionar uma melhor
qualidade de vida aos pequenos pacientes.
Não existe tratamento
específico para a Síndrome de Hutchinson-Gilford. O tratamento é sintomático
conforme os sinais e sintomas apresentados durante a evolução do envelhecimento
precoce da criança.
Tratamento
cirúrgico: dependendo da evolução dos sintomas, algumas
intervenções cirúrgicas podem ser necessárias para aumentar a qualidade de vida
da criança.
Prognóstico: O
prognóstico após 14 anos de vida é reservado. A expectativa de vida do portador
da síndrome está em torno de 11 a 13 anos de vida. Alguns portadores com mais idade (+10 anos)
enfrentam graves problemas
de saúde.
As doenças cardiovasculares
são as principais causas de óbito do portador dessa síndrome.
Dúvidas de termos
técnicos e expressões consulte o Glossário Geral.
Atualizado em 31/05/2023